Na década de 70, uma alternativa à química se abriu com o trabalho do americano Jon Kabat-Zinn, um biólogo empolgado com a meditação. Ao adaptar técnicas orientais, ele montou um programa de exercícios para o cérebro e convidou pacientes insensíveis a analgésicos a testá-lo. O alívio veio rápido.
 
Assim, Zinn inaugurou o uso ocidental da meditação, que batizou de mindfulness, no ambiente médico. Além de amenizar dores, acabou servindo de modelo para centenas de terapeutas. Doenças relacionadas ao estresse, como hipertensão, foram as primeiras tratadas com o sistema, que incluía oito semanas de aula e sessões regulares em casa. A partir dos anos 2000, as comprovações científicas começaram a se multiplicar. 
 
Primeiro vieram as melhoras na imunidade e, logo, no tratamento da depressão e da ansiedade. Em 2010, pela primeira vez, uma equipe de Harvard mostrou mudanças anatômicas no cérebro após a meditação — áreas relacionadas à atenção ficavam maiores e mais fortes, enquanto áreas responsáveis por respostas agressivas de sobrevivência, menores e menos ativas.
 
Além da terapia
 
Como resultado, os achados das últimas décadas levaram o Reino Unido a incluir o mindfulness no sistema público de saúde. Por aqui, a Unifesp oferece treinamentos a pacientes do SUS em São Paulo, por meio do programa Mente Aberta, por onde passaram cerca de 400 pessoas. 
 
Grupos para depressão, ansiedade ou obesidade realizam encontros semanais. "Nas avaliações feitas seis meses depois, encontramos melhoras significativas", diz Marcelo Demarzo, coordenador do programa. Além do caráter terapêutico, o médico ressalta o potencial preventivo da atenção plena. "Ela dá ferramentas para que as pessoas tenham saúde mental e evitem doenças relacionadas ao estresse." 
 
Docência e Prática da Meditação
 
Com o intuito de propiciar a formação de meditadores, professores e pesquisadores com amplo e profundo conhecimento de meditação, abrangendo tanto o saber antigo e tradicional quanto o saber moderno e científico, a Estácio promove a Pós em Docência e Prática da Meditação. 
 
Esta especialização, em nível de pós-graduação lato sensu, forma especialistas e professores de Meditação dentro dos mais altos padrões éticos e científicos. O curso está aberto a graduados nas áreas das Artes, Educação, Saúde, Esportes, Defesa e Organizacional.