A Visita Domiciliar como instrumento importante na Estratégia de Saúde da Família

Por William Malagutti Pós em Saúde Pública e PSF para Enfermeiros

A Visita Domiciliar, VD, é um dos instrumentos indicados à prestação da saúde coletiva, englobando grupos de indivíduos, familiares e comunidade.

Sua importância permite avaliar não apenas as condições em que vivem os indivíduos e seus familiares, bem como o ambiente físico ou microambiente no qual essas pessoas estão inseridas, identificando agravos e problemas que possam influenciar no surgimento de doenças e complicações que possam comprometer a elas e aos seus familiares.

A visita domiciliar já é realizada há algum tempo no Brasil, desde os anos 20, com o surgimento de enfermeiras visitadoras da Cruz Vermelha na área de saúde pública no programa de Tuberculose. Atualmente com o surgimento do Programa de Saúde da Família, PSF no ano de 1994, posteriormente denominado em 2010  como Estratégia de Saúde da Família, ESF, há uma nova inserção deste programa agora no ESF.

Um dos grandes diferenciais da Estratégia de Saúde da Família é a definição clara do território e, mais importante, das pessoas sob responsabilidade de cada equipe. Isso fortalece o vínculo da equipe com a população, o que é fundamental numa época em as condições crônicas se tornaram muito mais importantes para o sistema de saúde do que as urgências e emergências.

O grande facilitador para esse vínculo entre os familiares são  os  Agentes Comunitários de Saúde, que através do cadastramento dessas famílias com a ficha SIAB – Sistema de Informação de Atenção Básica, conseguem monitorar os diferentes agravos que podem estar inseridos nos indivíduos e nos familiares. Uma vez identificado esses agravos, é necessária uma intervenção de Equipes ESF, com colaboração muitas vezes de profissionais do NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família.

Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1, que deverá ser composto por no mínimo cinco das profissões de nível superior (Psicólogo; Assistente Social; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Profissional da Educação Física; Nutricionista; Terapeuta Ocupacional; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Médico Acupunturista; Médico Pediatra; e Médico Psiquiatra) vinculado de 08 a 20 Equipes de Saúde da Família, e o NASF 2, que deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes (Assistente Social; Profissional de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional), vinculado a no mínimo 03 Equipes Saúde da Família, fica vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.

As condições de moradia, bem como saneamento básico, infraestrutura, além dos padrões alimentares que são utilizados por estes indivíduos, são relevantes informações que podem ser observadas quando da Visita Domiciliária, que podem  contribuir para a redução de agravos e prováveis internações em ambiente hospitalar .

Para que ocorra um atendimento educativo e assistencial por parte dos profissionais da equipe de saúde, é importante que se faça um planejamento para realização desta visita com:  cadastramento das famílias; levantamento de necessidades dessa clientela; planejamento para execução destas visitas e intervenção de profissionais do ESF e NASF para resolutividade dos problemas encontrados.