Especialistas foram ouvidos pela Mundo Estranho, revista do grupo Abril, e deram seu parecer. Os argumentos a favor e contra são vários. Confira alguns: 
 
Sim
 
*Testes como o Stanford-Binet e as escalas de Wechsler são científicos: para serem usados em avaliações psicológicas, passaram por pesquisas rigorosas que atestam suas qualidades.
 
*Os psicólogos não baseiam seu diagnóstico exclusivamente neles. “São instrumentos auxiliares na coleta de dados, que, juntamente com as demais informações organizadas pelo psicólogo, auxiliam a compreensão do problema estudado”, diz Ana Paula Porto Noronha, professora de pós-graduação em psicologia da Universidade São Francisco.
 
*Esses testes medem habilidades que são relevantes para a sociedade. “A realidade é nua e crua: se você olhar ao redor, as pessoas que têm mais sucesso, em média, são as pessoas que têm QI mais elevado”, diz José Aparecido da Silva, professor de psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP.
 
*Diagnosticar tanto crianças com problema de aprendizado quanto as que têm alta habilidade cognitiva permite a implantação da melhor tática de ensino em cada caso.
 
Não
 
*“Testes de QI só avaliam as inteligências linguística, lógico-matemática e, às vezes, a espacial”, afirma Howard Gardner em seu site. “São um indicativo razoavelmente correto de quem se sairá bem em uma escola do século passado”.
 
*Alguns críticos acreditam que elas podem estratificar injustamente os resultados por raça, gênero, classe social e cultura.
 
*Há mais de dez anos, um relatório de uma comissão especial montada a pedido da Casa Branca (EUA) sugeriu que seu uso no diagnóstico de problemas de aprendizado fosse descontinuado, já que eles não dizem nada sobre a intervenção necessária. Além disso, observar o comportamento da criança na sala de aula e em casa seria um indicador melhor.
 
*No Brasil, os testes muitas vezes não são normalizados com frequência. Isso é importante por causa do efeito Flynn, um fenômeno que mostra que há aumento no QI a cada geração.