O leite materno (LM) é considerado o melhor alimento para o bebê. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) orientam que a amamentação seja de forma exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos ou mais. Porém, mesmo que essa orientação já seja bem difundida entre os profissionais de saúde e a população em geral, as taxas de sucesso do aleitamento materno ainda estão abaixo do que a OMS espera.

Em 2019, o MS produziu o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), apresentando dados mais atuais referentes à prevalência do aleitamento materno no Brasil. O estudo descreveu um aumento significativo, de mais de 12 vezes, da prevalência de amamentação exclusiva entre crianças menores de quatro meses, em relação a 1986. Nesse sentido, podemos observar que todas as campanhas realizadas com o objetivo de promoção ao aleitamento materno estão contribuindo para a melhoria dos resultados, contudo, ainda é necessário buscar resultados mais promissores.   

O mês de agosto é conhecido como “agosto dourado” por simbolizar o incentivo à amamentação. A cor dourada representa o padrão ouro de qualidade que o leite materno oferece.  Neste mês ocorre a Semana Mundial da Amamentação (SMAM), e todo o ano é definido um tema para ser discutido em prol da promoção do aleitamento materno, focando a sobrevivência, a proteção e o desenvolvimento da criança. Dessa forma, os profissionais e as instituições que atuam na área materno-infantil dedicam-se a aprofundar o tema proposto e a aprimorar o atendimento à população.  

             Para este ano de 2022, o tema proposto para a SMAM é fortalecer a amamentação educando e apoiando. Os materiais desenvolvidos destacam que a pandemia da COVID-19 promoveu um aumento das desigualdades, levando mais pessoas à insegurança alimentar. Além disso, limitações dos sistemas de saúde prejudicaram o apoio ao aleitamento materno. Inclusive, alguns países desenvolveram projetos de separar o bebê da mãe com COVID-19, os quais não foram baseados em evidências. Com isso, houve o desencorajamento da amamentação quando a mãe suspeitava da COVID-19. Esses atos promoveram ainda mais o distanciamento da melhora da segurança alimentar que o AM pode promover.

             Dessa forma, a professora mestra Marília Mota, docente da Pós em Nutrição Materno-Infantil, destaca alguns desafios, como:

 

1-  Cuidados pré-natais:

É fundamental que os profissionais de saúde preparem as gestantes, os familiares e a rede de apoio para a amamentação, por meio da educação e do aconselhamento. Assim, mesmo antes de iniciarmos a prática da amamentação, os pais devem entender a sua importância.

2-  Trabalho de parto e parto/nascimento:

Intervenções médicas durante o trabalho de parto e o processo de nascimento podem contribuir tanto para o início quanto para o estabelecimento do aleitamento materno. Para isso, é importante a implementação de treinamentos a todos os funcionários que atuem na área materno-infantil, com o objetivo de acolher a dupla mãe/bebê nesse momento do início da amamentação.

3-  Cuidados pós-natais/primeiras seis semanas após o nascimento:

Nesse período é fundamental uma adequada rede de apoio para mãe/bebê, bem como a presença de profissionais qualificados e bem treinados para acolher e promover a amamentação, pois é o período em que ocorre a maior prevalência de desmame por dificuldades na amamentação.  

4-  Cuidados contínuos:

As taxas de amamentação podem cair após o período pós-natal. Por isso, é importante que os profissionais que estão presentes no acompanhamento da mãe/bebê continuem prestando assistência técnica e emocional de qualidade.

5-  Circunstâncias especiais e emergências:

             Situações especiais como prematuridade, bebê pequeno para idade gestacional, mãe com diabetes gestacional, bebê separado da mãe por qualquer razão, entre outros fatores, podem aumentar as chances de desmame precoce. Para evitar que isso ocorra, é fundamental ter uma equipe e uma rede de apoio que acolham e orientem a dupla mãe/bebê. Dessa forma, asseguramos a promoção do aleitamento materno.

 

             Sabendo dos desafios da amamentação, é importante destacar o papel da educação e da formação dos protagonistas do acolhimento e do aconselhamento acerca do aleitamento materno. Nesta campanha de 2022, essas pessoas são chamadas de “cadeia de calor”.  Dessa forma, é possível garantir que todos que estão envolvidos no processo da amamentação estejam preparados para ações de sucesso, garantindo assim uma melhor segurança alimentar. 

             Outra questão importante que também deve ser discutida durante a SMAM são as mães que não obtiveram sucesso na amamentação. Certamente é preciso encontrar o motivo, para melhoria dos resultados, porém é fundamental acolher a dupla mãe/bebê e promover a melhor nutrição nessa circunstância. 

 

Depois de entender um pouco mais sobre a atuação prática e profissional na área materno-infantil, saiba mais sobre como se capacitar para esse mercado e ter em seu currículo um diploma no nível Pós Estácio.

Conheça nossos cursos de Pós-Graduação:

Nutrição Materno-Infantil

Enfermagem Obstétrica

Nutrição Pediátrica, Escolar e na Adolescência

 

Invista no seu futuro profissional e garanta sua vaga na próxima turma!

 

Quer saber mais sobre o assunto? No dia 31 de agosto, a partir das 20h, a professora Marília Mota estará ao vivo em nosso canal do Youtube para falar sobre Aleitamento Materno e Atualidades.

Para assistir e participar, clique no banner abaixo e inscreva-se para receber a notificação e outros assuntos sobre a área: