Mesmo sendo um dos anos mais produtivos em 2017 (com 158 lançamentos, o maior número desde 1995), o cinema no Brasil não obteve resultados tão expressivos com o público. Segundo dados publicados pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) há uma retração de 1,7% nas bilheterias em comparação com o ano de 2016.
 
No entanto, para o cineasta brasileiro Cacá Diegues, “estamos vivendo a época de ouro do cinemas”. A frase pode ser contraditória, principalmente quando levamos em consideração os dados da Ancine, mas avaliando o cenário mais afundo, percebermos que a frase nunca fez tanto sentido como atualmente. 
 
Com a recessão econômica que o país atravessou nos últimos dois anos (com fracos indícios de retomada em 2017), o audiovisual é um dos setores da economia que pode celebrar o seu crescimento. Em 2016, de acordo com os dados do Observatório Brasileiro do Cinema e Audiovisual (OCA), foram cerca de 140 filmes lançados, contra 129 em 2015, e um aumento nos ingressos vendidos, passando de 173 milhões em 2015 para 176 milhões em 2016. Ou seja, mesmo com as recentes quedas na compra de ingressos no cinema nacional em 2017, o desenvolvimento do setor nos últimos anos mostra que, com toda a crise na economia, o audiovisual permanece forte e sobrevivendo ao cenário de incertezas.  
 
Ademais, a participação dos filmes nacionais nas premiações em festivais internacionais aumentou consideravelmente. Filmes como Aquarius do cineasta Kleber Mendonça Filho no Festival de Cannes (França), uma seleção de 15 títulos brasileiros no Festival de Rotterdam e 12 que foram selecionados para o Berlinale (importante festival de cinema em Berlim), todos no ano de 2017.
 
O bom desempenho pode ser atribuído a diversos fatores, mas, principalmente, pelo forte investimento estatal e às boas políticas públicas construídas nos últimos 15 anos. Entre elas, podemos citar: o surgimento da Ancine em 2001, a criação do Fundo Setorial do Audiovisual em 2008 e a lei da TV paga de número 12.485 em 2011. Além do forte financiamento estatal, o surgimento de novas tecnologias também são essenciais para os avanços, pois com o barateamento dos acessórios e a criação de novas formas de produção audiovisual, o acesso ao conteúdo tornou-se maior e mais fácil. 
 
Portanto, a queda na bilheteria apresentada em 2017 é somente um pedaço do que viveu o cinema brasileiro nos últimos anos. Para Cacá Diegues, a crise política e econômica transformou a realidade brasileira em inimiga, em outras palavras, os filmes brasileiros, ao retratar o nosso cotidiano, mostram aquilo que os brasileiros não querem ver. Talvez seja esse o motivo pela queda nas bilheterias, mas, mesmo que tudo pareça apontar para uma queda não podemos jamais perder de vista a nossa promissora produção audiovisual.
 
Caso queira conhecer mais sobre o cinema e especializar-se na área, não deixe de conferir a Pós-Graduação em Cinema e Linguagem Audiovisual. A nova turma começou ontem, mas você ainda pode fazer a sua inscrição. 
 
 
Texto por Gabriel Magalhães 
 
Acompanhe os módulos tratados no curso:
 
– A Estrutura do Roteiro e os Gêneros Cinematográficos
– A História da Linguagem Audiovisual
– Oficina da Criação – da Idéia a Criação do Texto (roteiro) Imagético e Sonoro
– O Aprendizado da Linguagem Audiovisual e Noções de Fotografia
– Aprendizado de Produção da Obra Audiovisual
– O Aprendizado da Análise Crítica sobre Obras Audiovisuais
– Estrutura e Linguagem da Montagem Cinematográfica
– Metodologia da Pesquisa Científica
 
———————————————————————-
 
Venha para o nosso time! Seja mais Pós Estácio.