Três letras que significam um incômodo constante: TPM. Considerada um desafio para a mulher moderna, a síndrome de Tensão Pré-Menstrual (TPM) é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual, podendo ser tão severos que interferem significativamente na vida da mulher, afetando na esfera biológica, psicológica e social.
 
Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Luisa Larajeira, a TPM é uma desordem neuropsicoendócrina e a tendência hoje é acreditar que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome, alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) no que se refere ao sistema nervoso central.
 
Os sintomas da TPM abrangem principalmente os âmbitos psicológico, gastrointestinal, dermatológico e neurológico e entre os mais comuns estão: irritabilidade, nervosismo, descontrole das ações ou emoções, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia (lentificação para fazer as coisas), depressão, sensação de cansaço, ansiedade, confusão, esquecimento frequente, paranóia, hipersensibilidade emocional, ataques de choro, dores abdominais, inchaço, constipação, náusea, vômitos, sensação de peso ou pressão na pelve, acne, inflamações na pele com coceira, agravamento de problemas dermatológicos já existentes, dores de cabeça, tontura, desmaios, entorpecimento, sensação de zumbido, contrações musculares e palpitações, dentre outros tantos sintomas. Já foram listados mais de 150 problemas que aparecem junto com a síndrome. 
 
Causas – As atuais pesquisas sobre as causas da TPM têm cogitado complexos mecanismos envolvendo hormônios ovarianos, opioides endógenos (produzidos pelo sistema nervoso central), neurotransmissores, prostaglandinas, sistema nervoso autônomo, sistema endócrino, entre outros. As alterações no hipotálamo também têm despertado grande interesse como uma das causas desencadeantes mais prováveis de toda constelação fisiopatológica.
 
“Um aumento da sensibilidade da pessoa aos hormônios ovarianos também pode satisfazer algumas teorias das causas de TPM, pois não se constataram anormalidades nos níveis hormonais (FSH, LH, estrógenos, progesterona, prolactina ou testosterona) entre mulheres com e sem TPM”, considera Dra. Luisa Laranjeira.
 
Quando os estrógenos e progesterona diminuem na quarta semana do ciclo, também diminui a produção das endorfinas. Nesta fase surgem os sintomas decorrentes, tais como ansiedade, tensão, cólicas abdominais, cefaléia, etc.
 
Os componentes químicos envolvidos no estresse físico e emocional, como o cortisol e adrenalina, por exemplo, também podem estar aumentados na TPM. “Talvez devido a esse fato, constatam-se  relações evidentes entre experiência estressante e maior severidade dos sintomas da TPM nesta fase do ciclo. Nota-se que quanto mais uma situação estressante persiste durante a fase final do ciclo, maior será o desconforto na TPM”, explica a especialista.
 
Alguns autores atribuem a maioria das alterações observadas na TPM à retenção de líquidos. Acreditam que esse edema pode ser responsável pelas dores nas mamas, pelas dores musculares e abdominais, pelo inchaço das mãos e pés, por alterações metabólicas e do apetite, por maior consumo de carboidratos, consequentemente, pelo eventual aumento do peso e até pelo aumento exagerado na vontade de comer chocolates e guloseimas que só pioram o quadro geral.
 
Dra. Luisa Laranjeira destaca que as mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum problema depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor. As mulheres que tiveram depressão pós-parto (uma condição considerada benigna) também estão mais sujeitas. O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos.
 
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*Com informações do Hospital Português 
 
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