O que é O livro vermelho, de Jung?
O livro vermelho é um trabalho único e muito pessoal de Carl Jung que não foi publicado durante sua vida. É um registro de seus próprios sonhos, visões e pensamentos enquanto ele passava por um período intenso de autoexploração e autoconhecimento. O livro é altamente simbólico e inclui desenhos e pinturas feitos pelo próprio Jung.
O livro vermelho ou Liber Novus — do latim “novo livro” — foi fruto desse longo trabalho do psiquiatra Carl Gustav Jung ao explorar sua própria imaginação para entender melhor a natureza subjetiva do homem. O livro só foi publicado em 2009, 48 anos depois de sua morte.
“Como Carl Jung resgatou sua alma” — é assim que a psicóloga Valéria Sabater descreve a obra, em que Jung explora sua própria psique e suas relações com o inconsciente. Destacando que o livro é um diário íntimo, Sabater escreve que “é uma obra inacabada, um livro entre o profético, o místico e o psicológico; além disso, contém ilustrações impressionantes, onde as deidades se confundem com demônios ancestrais”.
Mas o que tem em O livro vermelho? Quais as ideias principais que Jung deixou em sua obra mais fascinante? Algumas delas são:
1- A importância da individuação: Jung via a individuação como um processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, em que uma pessoa integra aspectos de si mesma que podem estar em conflito ou escondidos no inconsciente.
2- O papel da imaginação ativa: Jung usou a imaginação ativa como uma ferramenta para explorar seu próprio inconsciente e entrar em contato com seus próprios símbolos e imagens. Defendeu que a imaginação ativa era uma maneira eficaz de acessar o inconsciente e trazer à tona informações importantes para o processo de individuação.
3- A importância dos símbolos: Jung acreditava que os símbolos eram uma forma de linguagem universal que poderia ser usada para acessar o inconsciente. Jung usou muitos símbolos em O livro vermelho, incluindo imagens de animais, figuras religiosas e outras imagens arquetípicas.
4- A conexão entre a psique e o mundo exterior: Jung acreditava que a psique de uma pessoa estava ligada ao mundo exterior de maneira significativa.
5- A importância da sombra: Jung via a sombra como os aspectos menos desejáveis da personalidade de uma pessoa — e que muitas vezes são suprimidos no inconsciente. Argumentou que a integração desses aspectos era crucial para uma vida equilibrada e completa.
Este é o objetivo: alcançar uma vida equilibrada e completa. Por meio de uma exploração pessoal e altamente simbólica do seu processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, Carl Jung nos apresenta em O livro vermelho muitas das ideias principais que desenvolveu ao longo de sua carreira.