Os Estados Unidos superarão a Espanha em número de falantes nativos de espanhol daqui a uma década, afirmou o Instituto Cervantes ao adiantar no início desse mês, em Madri, alguns dados do anuário “O espanhol no mundo”.
Entidade criada pelo governo da Espanha para difundir a língua e a cultura espanholas, o instituto divulgou os dados no evento I Curso de Verão, que teve como tema “A evolução da língua espanhola no mundo”.
Segundo David Fernández Vítores, professor da Universidade de Alcalá e um dos autores do anuário, 17,8% da população dos Estados Unidos é hispânica, de acordo com dados de 2016, e mais de 70% das famílias latinas usam o espanhol em casa. “Hoje são 40 milhões de falantes, mas superarão a comunidade nativa espanhola em uma década”, assegurou o professor.
Fernández Vítores também foi o encarregado de apresentar o novo número de falantes de espanhol no mundo: 577.246.327, que representam um crescimento de 0,87% em relação ao estudo anterior, apresentado em 2017. Desse número, cerca de 480 milhões são falantes nativos (três milhões a mais do que no último estudo), dentro ou fora dos 21 países em que o espanhol é idioma oficial.
Entre os países com mais estudantes de espanhol, o Brasil também foi citado. Dois terços daqueles que estudam o idioma de Cervantes estão nos Estados Unidos ou em nosso país.
Richard Bueno Hudson, diretor acadêmico do Instituto Cervantes, explicou que a franca expansão do espanhol se deve, sobretudo, à sua homogeneidade e ao fato de ele ser internacional e geograficamente compacto. Como muitos dos países que o utilizam fazem fronteira, não há dispersão do idioma.
Fernández Vítores, por sua vez, afirmou que os veículos de comunicação transnacionais e a elaboração de dicionários e gramáticas de espanhol, entre outras razões, ajudaram a que o idioma suportasse bem a globalização.
Fontes: El País e Cult Estácio
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