Excesso de telas: os impactos na saúde cognitiva de crianças e adolescentes

noticia-psicologia-organizacional

Na era digital, é inegável que crianças e adolescentes estão cada vez mais imersos às telas eletrônicas. Desde smartphones e tablets, até computadores e televisões, esses dispositivos se tornaram uma presença supercomum na vida cotidiana dos jovens. Segundo apontamento da TIC Kids Online Brasil, 93% dos brasileiros, com idades entre 9 e 17 anos, são usuários de Internet. Embora a tecnologia tenha trazido avanços significativos e oportunidades de aprendizado, o excesso de tempo gasto diante das telas também trouxe consigo uma série de desafios e problemas que merecem atenção.

Na leitura a seguir, entenderemos sobre o impacto do excesso de telas na saúde cognitiva de crianças e adolescentes e medidas que podem ser tomadas pelo Governo Federal, responsáveis e sociedade.

Os efeitos do uso excessivo de telas no desenvolvimento cognitivo

Dificilmente não se vê uma criança ou um adolecente com um eletrônico em mãos. Os jovens estão se conectando cada vez mais cedo, e isso é preocupante.

Como as novas gerações são as primeiras a nascerem num mundo totalmente digital e a terem contato integral com as telas, ainda não se sabe precisamente os efeitos a longo prazo que seu uso demasiado causará. Porém, já podemos listar os principais efeitos do uso excessivo de telas no desenvolvimento cognitivo:

  • problemas de atenção e concentração;
  • dificuldades na memória;
  • redução da capacidade de aprendizado;
  • prejuízos no desenvolvimento da linguagem e da comunicação;
  • atrasos no desenvolvimento social e emocional;
  • aumento do risco de transtornos mentais, como ansiedade e depressão;
  • impacto negativo na qualidade do sono;
  • diminuição da criatividade e da imaginação;
  • possíveis alterações na estrutura cerebral, como diminuição do volume de matéria cinzenta em áreas relacionadas ao controle cognitivo;

 

Claramente, os efeitos negativos são diversos. A seguir, destacamos um deles.

Atrasos no desenvolvimento social e emocional

A exposição prolongada a telas de dispositivos eletrônicos pode influenciar negativamente as habilidades sociais, uma vez que a interação “cara a cara” é frequentemente substituída por interações virtuais. Esse cenário, potencialmente limitador, pode resultar em atrasos no desenvolvimento de habilidades interpessoais cruciais, comprometendo a capacidade de estabelecer conexões significativas. Psicólogos já percebem pacientes jovens cada vez mais introvertidos por preferirem interações virtuais, principalmente após a pandemia de Covid-19

Veja como isso pode ser contornado.

Como evitar o excesso de telas para crianças e adolescentes

Encontrar maneiras eficazes de evitar o excesso de exposição às telas é fundamental para garantir um bom desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes.

Os cuidadores devem estabelecer limites claros e realistas para o tempo de tela, criando uma rotina equilibrada, proporcionando oportunidades para atividades físicas, interações sociais e tempo de qualidade em família para reduzir a dependência excessiva de dispositivos eletrônicos.

Outro ponto relevante é o monitoramento ativo do conteúdo acessado, selecionando cuidadosamente aplicativos, jogos e plataformas, garantindo que o tempo de tela seja dedicado a experiências educativas e enriquecedoras.

Essas são estratégias que podem ser utilizadas dentro de casa, mas o que o governo e profissionais podem fazer sobre o assunto?

Governo Federal lança consulta pública sobre uso consciente de telas

Diante dessa problemática e da preocupação com os efeitos negativos que o uso excessivo de telas possa causar em crianças e adolescentes, o Governo Federal lançou uma consulta pública para, junto da sociedade, avaliar e implementar estratégias para uso consciente de eletrônicos na era digital. O objetivo é coletar todas as informações para desenvolvimento de um guia, oferecendo aos responsáveis, familiares, educadores, profissionais da Saúde, psicólogos e à sociedade, em um todo, ferramentas para lidar com a relação da juventude e o mundo digital.

A consulta pública estará disponível até o dia 23/11 no próprio site do Governo Federal.

É fundamental reconhecer que, embora a tecnologia seja uma parte integral da vida moderna, o equilíbrio é a chave para garantir que as crianças cresçam de forma saudável, aproveitando ao máximo os benefícios da era digital, sem comprometer sua saúde cognitiva.

Se você é psicólogo e deseja se tornar um profissional especializado para atender essa demanda tão atual, conheça os cursos de pós-graduação EAD e presencial em Saúde Mental e Atenção Psicossocial.