O professor e coordenador do curso de Psicologia do Esporte, Flávio Rebustini, apresenta texto recente em seu blog com uma análise a respeito do último jogo do Brasil na Copa 2018.
Segundo ele, apesar das estatísticas, o que vale é o resultado final. Mas no esporte, e principalmente nos coletivos, em que as interações são maiores, há eventos que não podem ser previstos. Um exemplo são os jogos de futebol desta Copa.
Um caso interessante: antes do jogo contra a Suíça, a revista Exame trouxe os resultados de um estudo de três universidades européias, que indicavam que o Brasil não ganharia a Copa com base em 100 mil simulações, e apontou que a Alemanha e a Espanha eram as que tinham maiores chances de vencer o campeonato mundial, seguidas do Brasil em 3º, da França em 4º, Bélgica em 5º e da Argentina, em 6º lugar. As previsões não se concretizaram, visto que Alemanha saiu ainda na fase de grupos, e a Espanha foi eliminada já nas oitavas de final da Copa. De todas as seleções apontadas como favoritas, a única que ainda permanece é a França.
Mas voltando, e falando do que se refere ao jogo Brasil X Bélgica, ele foi decisivo para a eliminação da seleção brasileira. Durante a disputa, ficou constatado que a eficiência do chute dos jogadores do Brasil caiu, com 56,3% atingindo o gol, índice menor do que nos jogos contra México e Sérvia. A eficiência da Bélgica foi ainda pior (com 42,9%).
Conforme cita Rebustini, o erro técnico pode ser consequência de muitas coisas: velocidade da bola, um chute mais pressionado pela defesa, desequilibro de pé de apoio, erro de precisão do movimento… Enfim, há inúmeros fatores que vêm antes da ansiedade. Dentre os fatos positivos, destacam-se: o número de passes corretos no ataque do Brasil, que nesta partida foi maior do que os passes corretos da Bélgica.
A eficiência de passes da Bélgica no ataque foi pior do que da Suíça, do México e da Sérvia… Quantas bolas atingiram o gol do Brasil no segundo tempo? DUAS. A Bélgica chutou menos em nosso gol do que o México e a Sérvia. Acertou 3 vezes o gol brasileiro. Infelizmente, UM entrou, e o outro gol foi considerado contra.
Sendo assim, apesar das estatísticas, é óbvio que o que vale é o resultado final… Mas o esporte e, principalmente, os coletivos, em que as interações são maiores, há eventos que não podem ser previstos.
___________________________________________________
Acompanhe o texto, com a opinião e os apontamentos completos do professor Rebustini, em seu BLOG.