Quando profissionais se destacam não apenas pelo trabalho que realizam, mas também por servirem como motivo de inspiração para futuras gerações é porque seus papéis foram cumpridos com maestria. Este foi o caso de Henrique Nicolini, um jornalista e professor ímpar, de importância única num universo que envolve Jornalismo Esportivo e Educação Física.
É com grande pesar que a Universidade Estácio presta homenagens aos familiares e amigos de Nicolini, em razão de seu falecimento na madrugada da última segunda-feira (14/08), em São Paulo-SP.
Henrique Nicolini tinha 71 anos de trajetória no jornalismo e contribuiu de maneira exemplar para os cursos ministrados em nossa instituição de ensino, além de ter sido um modelo para os alunos. Foi autor de obras e materiais que são de grande valia para o aprendizado de todos, e deixou seu legado e sua marca não só dentre os estudantes, mas também aos profissionais que atuam com Esporte, Marketing e Comunicação Social.
Paulistano do bairro da Mooca, onde nasceu em 1926, professor e técnico de natação, modalidade pela qual foi apaixonado desde sua infância, acompanhou o surgimento dos clubes náuticos às margens do Rio Tietê a partir dos anos 40.
Seu interesse por esportes começou cedo. Era o funcionário mais antigo da Fundação Cásper Líbero ainda em atividade e escreveu nos primeiros números da edição diária de A Gazeta Esportiva, em 1947, começando como repórter e passando a editor chefe dos esportes. Assim, chegou a editor dos esportes amadores (‘todas as modalidades, menos futebol e turfe’, como ele mesmo costumava lembrar).
Nicolini cobriu os I Jogos Pan-americanos de Buenos Aires (1951) e os Jogos Olímpicos de Munique (1972), Los Angeles (1984), Seul (1988) e Barcelona (1992). Tal feito foi reconhecido através da Ordem Nacional do Mérito Esportivo, conferida pelo Presidente da República, e do diploma de “Uma Vida Pelo Esporte Ético”, conferido pelo Comitê Internacional do Fair Play do COI.
Licenciado em Educação Física e Filosofia pela USP, o profissional teve fundamental importância em competições regionais, introduzindo e participando da realização de eventos em colégios e escolas de São Paulo; como Taça Pepsi, Copa de Ouro Yopa, Semana Olímpica Universitária Sou Free e Copa DAN’UP Colegial.
O professor introduziu o Panathletismo no Brasil e foi membro e benemérito do COB e da CBDA, além de duas vezes presidente da Federação Paulista de Natação.
Os títulos vão além: havia sido reconhecido no ano passado pelo Guinness Book, com a carreira mais longa do mundo na profissão – no total, 71 anos ininterruptos dedicados ao jornalismo. Atualmente, abastecia o blog Além dos Fatos, na gazetaesportiva.com.
Nicolini teve livros publicados que apresentam conteúdo de interesse de professores e do grande público, como “O Jornal de Ontem”, em que são relatadas atividades que faziam parte de seus primeiros 60 anos de carreira jornalística. O lançamento da obra foi em 2006, pela Phorte Editora. Outros livros de destaque lançados pela mesma editora são: Olimpismo no Brasil – Medalhas e Classificações, Tietê – O Rio do Esporte, O Evento Esportivo como Objeto de Marketing e Moacyr Brondi Daiuto – Cátedra e Quadra.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo expressou pesar pelo falecimento do jornalista. A entidade relata “A relevância de suas mais de sete décadas de jornalismo que, certamente, são um exemplo para todos e todas nós”.
É fundamental destacar, ainda, uma declaração feita pelo próprio Henrique Nicolini, quando foi homenageado pelo Conselho Federal de Educação Física, CONFEF.
“Sou formado desde março de 1946 e reconhecido pelo Guiness Book of Records como o mais antigo jornalista esportivo em atividade no mundo. Fui registrado no MEC na década de 40, com um número inferior a 2000, quando o CONFEF ainda nem existia. Estar entre os homenageados do Dia do Profissional da Educação Física representa uma honra que guardarei até o fim dos meus dias”, afirmou.
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A Estácio se solidariza com familiares, amigos e colegas de Henrique Nicolini, prestando as mais sinceras condolências.
Que a herança do conhecimento deixada por ele seja perpetuada dentre todos os que valorizam o esporte e a comunicação.