Depois dos alergênicos, a lactose deve ser o próximo item a ser citado com destaque em rótulos de produtos industrializados vendidos no país. Até a primeira quinzena de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai analisar propostas apresentadas por meio de consulta pública sobre o tema para, então, regulamentar a Lei 13.305/2016, em vigor desde o dia 1.º, que determina que a presença e a quantidade do açúcar encontrado no leite, caso ele tenha sido modificado, sejam informados pelos fabricantes.
 
A inclusão da informação é considerada uma vitória para as pessoas com intolerância à lactose. Na intolerância, os sintomas são causados pela incapacidade do organismo de digerir lactose. “Há uma enzima no intestino, a lactase. Se a pessoa tem deficiência dessa enzima, não consegue digerir lactose. Com isso, bactérias intestinais agem em cima do açúcar, provocando fermentação, que resulta na produção de gases e ácidos orgânicos, causando diarreia, por exemplo”, diz Eduardo Berger, gastroenterologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
 
Avaliação
 
Segundo a Anvisa, mais de 400 propostas recebidas estão sendo analisadas. A regulamentação deve ocorrer ainda neste semestre, mas o processo de adequação pode ser concluído em dois anos.
 
“A expectativa é de que o tema seja pautado nas reuniões da Dicol (Diretoria Colegiada) até a primeira quinzena de fevereiro e, tão logo seja aprovado, será publicado”, diz Nélio Cézar de Aquino, gerente de registro de alimentos da Anvisa. “Foi proposto prazo de 12 meses para permitir que os fabricantes façam as adequações necessárias, especialmente os fabricantes de matérias-primas para fins industriais. E foi estabelecido um prazo adicional de 12 meses para adequação dos produtos destinados ao consumidor final”, acrescenta.
 
Para ser considerado sem lactose, a quantidade do açúcar deverá ser inferior ou igual a 10 miligramas por 100 gramas. Esse limite, segundo Aquino, está em vigor nos países nórdicos desde a década de 1990. 
 
Nutrição 
 
É importante que as pessoas que sofrem com o problema e possuem algum tipo de restrição estejam bem informadas quanto aos alimentos indicados para uma nutrição completa e integrada. Por consequência, a consulta a um profissional nutricionista é a orientação ideal a estes grupos. 
 
Neste sentido, a Pós Estácio conta com cursos de pós-graduação na área da Nutrição que preparam profissionais já formados e que atuam no segmento. Assim, cada vez mais, os nutricionistas capacitam-se para atender estes pacientes com restrições alimentares, preprando um programa com base alimentar diferenciada.