A Bienal de Artes de São Paulo

por Rita Alves


Já são passadas 30 edições da Bienal de Artes de São Paulo.  Esta semana foram divulgados os nomes do corpo de curadores da 31ª Bienal, e logo as definições do conceito do evento mais importante das artes no Brasil.


Serão cinco curadores para a 31ª Bienal de Artes de São Paulo, que acontecerá em 2014: O curador e escritor escocês Charles Esche será o Curador Geral , junto com os espanhóis Pablo Lafuente e Nuria Enguita Mayo,  além de dois israelenses,  Galit Eilat e Oren Sagiv. 


Histórico:
A arquitetura do Pavilhão Ciccillo Matarazzo faz parte do complexo criado por Oscar Niemeyer, inicialmente Palácio das Indústrias, construído entre 1951 e 1954.


A Fundação Bienal de São Paulo foi criada pelo empresário Francisco Matarazzo Sobrinho, em 1962.


Até a terceira edição as mostras eram feitas no Museu de Arte Moderna (MAM-SP), mas a partir de 1957, na quarta edição, já passou a ocupar o atual prédio, construído em comemoração ao IV centenário de São Paulo.


O contexto atual:
Vivemos um tempo de homenagens, em que são escolhidos personagens, datas, marcos para serem reverenciados como modo de pontuar a sua importância para a história, para as artes ou para a sociedade como um todo.


A Bienal, embora sob a égide da modernidade, não fugiu a este preceito de criar ou reverenciar ícones.


No entanto, em 2013, para surpresa geral, o homenageado na 30ª. Bienal de 2012 foi Arthur Bispo do Rosário, considerado por muitos um gênio, por outros um louco, já que sua trajetória artística aconteceu nos últimos 50 anos de vida, em que esteve internado num hospício no subúrbio do Rio de Janeiro,  com diagnóstico de “esquizofrênico-paranoico”.


Bispo do Rosário, enquanto esteve internado, produziu diversas obras com resíduos de materiais que lhe chegavam às mãos, seja do lixo ou de sucata.  Sua obra é tida como das mais relevantes da arte contemporânea, tornou-se referência.


A Bienal de 2014:
A escolha destes cinco nomes, de países diversos, tem relevante significação: a inserção do Brasil na pauta internacional de inclusão em Bienais como a de Veneza, discussões mais aprofundadas sobre o papel das artes junto a instituições museológicas, uma política cultural mais abrangente e menos bairrista, uma visão ampla do significado de Bienal de Artes, que é justamente atualizar o público sobre a produção no mundo, sem dar ‘preferência’ a artistas brasileiros  somente pelo fato de serem brasileiros, dando maior credibilidade à mostra.


Tudo indica uma maior vinculação entre arte e transformação, se analisarmos detidamente o currículo de Charles Esche, que já declarou  que a próxima Bienal  “não terá um tema ou mesmo um leitmotif que coloquem limites à criação artística”.


O atual presidente da Fundação Bienal é Luis Terepins, empresário, que ocupa o cargo desde fevereiro de 2013.


Ações educativas da Bienal de Artes
No período que se segue após o encerramento da ‘mostra’, várias ações são catalisadas para dar continuidade ao conceito do projeto da Bienal.  Oficinas, debates, mesas de discussão, grupos de estudo, exposições itinerantes acontecem até que uma Nova Bienal aconteça, dois anos depois. É o chamado “Educativo Bienal”. 



Educar para a arte significa educar o cidadão a ampliar a sua visão sobre o mundo.

Rita Alves teve programa semanal na 30a. Bienal de Artes de São Paulo – BIENAL MOBILE RADIO, projeto de Leandro Nerefuh.

Ficha técnica:

Arquiteto: Oscar Niemeyer
Ano: 1957
Área construída: 40000 m²
Endereço: Parque do Ibirapuera São Paulo Brasil
Tipo de projeto: Cultural
Status: Construído
Materialidade: Concreto e Vidro
Estrutura: Concreto
Localização: Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil
Implantação no terreno: Isolado

Abaixo cartaz da 1ª Bienal de São Paulo.