Dá-se o nome de biossegurança ao conjunto de estudos, técnicas e procedimentos que visam executar medidas de controle e prevenção de acidentes ambientais e infecções em ambientes propícios de contaminação em determinada área, como laboratórios, indústrias, universidades e ambientes hospitalares. Essas técnicas envolvem procedimentos de manipulação e descarte adequado de objetos clínicos descartáveis, resíduos químicos, tóxicos e potencialmente infectantes. Inclui também técnicas de manuseio e esterilização de equipamentos, de forma a promover a diminuição de riscos gerais à saúde de pacientes e funcionários e de acidentes ocupacionais. É um processo progressivo e contínuo, que deve ser atualizado e supervisionado.

A respeito de ambientes clínicos, a biossegurança atua com foco em instalações laboratoriais, práticas de manuseio e descarte, além de se certificar a quais agentes biológicos o local e o profissional é exposto e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Uma das principais normas de biossegurança estabelecidas diz respeito à higienização das mãos antes dos procedimentos e ao uso adequado de equipamentos de proteção, tais como aventais e jalecos, que devem ser usados exclusivamente no local de trabalho e não devem ser expostos a cozinhas e ambientes de alimentação. Devido à constante exposição a agentes patogênicos, as normas de biossegurança também recomendam que os profissionais estejam com todas as vacinas em dia. São medidas que, apesar de simples, evitam propagação de doenças e contaminação.

É importante destacar que qualquer incidente envolvendo material biológico ocorrido com profissionais durante sua atividade de trabalho é considerado acidente de trabalho. Dependendo do caso e da gravidade do acidente, será necessário realizar uma quimioprofilaxia para prevenção de infecção e desenvolvimento de doenças.

Um exemplo de despreparo em relação à biossegurança foi o grave acidente radiológico de Goiânia, conhecido como Césio-137. A contaminação radioativa teve início em setembro de 1987, quando um aparelho de radioterapia foi encontrado em uma clínica abandonada. O aparelho foi recolhido por catadores de ferro-velho, desmontado e repassado, o que gerou um rastro de contaminação que afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O ocorrido foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora de usinas nucleares.

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