Quando o assunto é câncer, a idade é um dos fatores de risco não modificáveis. Estima-se que acima dos 65 anos, a chance de ser diagnosticado com uma doença crônica é até 11 vezes maior. Segundo o geriatra e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. José Elias Soares Pinheiro, de todos os casos de câncer ao redor do mundo, 70% das vítimas são pessoas idosas. Estima-se que entre os 60 e os 79 anos de idade, um em cada quatro homens desenvolverá uma doença neoplásica. Entre as mulheres, esse número salta para uma em cada três. As estatísticas reforçam a necessidade de políticas voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 30 milhões de idosos acima dos 60 anos, 4 milhões acima dos 80 anos e quase 30 mil centenários. Apesar de constituir as principais vítimas de câncer, essa população não é o foco das especialidades oncológicas. Todavia, conforme apontado em artigo do médico americano Stuart Linchtman, “Todos os oncologistas são oncologistas geriátricos… Eles apenas não sabem disso ainda”.
Segundo especialistas, a população mais velha está subrepresentada nos estudos clínicos, razão pela qual os médicos têm que levar em conta o risco de toxicidade do tratamento e a fragilidade de pacientes idosos. A maioria dos profissionais não dispõe de informações seguras sobre o efeito das drogas em pessoas de idade avançada. É raro que profissionais de oncologia discutam os prognósticos com seus pacientes, embora isso não devesse acontecer, afinal, a enfermidade e o tratamento constituem uma experiência pessoal que terá impactos decisivos na vida do paciente.
Diferenciais e aplicabilidade da oncologia geriátrica
O idoso vítima de câncer demanda cuidados especiais. Dessa forma, a principal atribuição da oncogeriatria é definir qual o tratamento que terá menos impacto na saúde e na qualidade de vida do paciente, decisão a ser tomada por meio de cuidados multidisciplinares e com o acompanhamento constante de quadros evolutivos.
Antes de qualquer procedimento ou tratamento, a avaliação oncogeriátrica analisa aspectos nutricionais, cognitivos, psicológicos, além de aspectos referentes a equilíbrio, comorbidades e funcionalidade. O resultado dessas avaliações permite que profissionais multidisciplinares avaliem as reais condições de o idoso passar por um tratamento químico.
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