Durante o período gestacional, ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento da criança. A placenta é uma importante fonte de nutrientes e de hormônios que reduzem a ação da insulina, hormônio responsável pela captação e utilização da glicose no organismo. Consequentemente, o pâncreas materno aumenta a produção de insulina para compensar  a resistência do organismo à sua ação. Em algumas gestantes, entretanto, este processo não ocorre e, por isso, o quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue, é desenvolvido.

Quando a criança é exposta a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há o risco de crescimento fetal excessivo, a macrossomia fetal, e, consequentemente, o risco de parto traumático, de hipoglicemia neonatal e até de obesidade e de diabetes na vida adulta.

Qualquer mulher gestante pode desenvolver diabetes gestacional, e não há sintomas de alerta. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana de gestação, como está a glicose em jejum, além da glicemia após ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância à glicose. O diagnóstico de diabetes gestacional ocorre em caso de glicose com valor igual ou maior a 92 mg/dl em jejum, ou de 180 mg/dl e153 mg/dl, respectivamente entre 1 e 2 horas após a ingestão de açúcar.

 

Fatores de risco para a diabetes gestacional

Segundo a docente da Pós Estácio, Profa. Larissa Bueno Ferreira, são considerados fatores de risco: idade avançada da gestante, ganho de peso excessivo durante a gestação, sobrepeso ou obesidade, síndrome dos ovários policísticos, histórico familiar de diabetes, hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla.

O controle do diabetes gestacional é feito, na maioria das vezes, através de orientação de nutricionistas, que prescrevem uma dieta adequada. A gestante precisa adaptar as quantidades de nutrientes para cada período da gestação. A prática de atividade física é uma medida de grande eficácia para a redução dos níveis glicêmicos. A atividade deve ser feita somente após a avaliação se existe alguma contraindicação, por exemplo, em caso de risco de nascimento prematuro.

Em casos extremos, é recomendado associar a atividade física ao uso de insulinoterapia. O uso da insulina durante a gestação, com o objetivo da normalização da glicose materna, é seguro. Também é importante destacar que a maioria das gestações complicadas pelo diabetes, quando tratada adequadamente, não coloca em risco a saúde do recém-nascido.

No parto programado, a gestante deve manter-se em jejum, devendo-se suspender a insulina e infundir uma solução de glicose intravenosamente. Durante o parto, deve-se manter a glicemia em níveis entre 70 e 120 mg/dL.

Para mulheres que querem engravidar e já possuem quadro diagnosticado de diabetes, é aconselhável manter os níveis de HbA1c o mais próximo possível dos valores normais, sem ocorrência de hipoglicemias. Mulheres que já usavam insulina antes da gravidez, geralmente necessitam reduzir a dose entre 10% e 20% durante o primeiro trimestre de gestação. Entre a 18ª e a 24ª semana de gravidez, essa dose pode ser aumentada conforme a prescrição e o acompanhamento médico.

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