Em território brasileiro, o câncer de próstata é o segundo com maior incidência entre os homens, seguido do câncer de pele. Por isso, e porque esta é a primeira semana do Novembro Azul, vamos falar sobre o que é, como prevenir e qual o tratamento mais comum para o câncer de próstata.
De acordo com estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que, em 2020, ocorram no Brasil 65.840 novos casos da doença. Em 2018, 15.576 pessoas morreram em decorrência do câncer de próstata.
Embora essa seja uma doença comum entre a população, muitas vezes os homens preferem não falar sobre o assunto, e o que é ainda mais preocupante, mostram resistência em realizar as avaliações de rotina, como o exame de toque.
Por isso, o esforço de conscientização é tão importante! Somente com as medidas preventivas, o que inclui os exames de avaliação e a consulta médica regular, conseguiremos ter diagnósticos precoces e, assim, salvar vidas.
Nossa tarefa hoje é desmistificar e explorar os assuntos que permeiam o câncer de próstata. Então, vamos lá!
O que é o câncer de próstata?
Segundo o Inca, a próstata é uma glândula que os homens possuem, localizada na parte baixa do abdômen.
“Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.”
De acordo com a professora Silvana Soares Santos, docente do curso de Pós EAD em Enfermagem Oncológica da Pós Estácio, o câncer de próstata é um tumor que acomete essa área específica, chamada próstata. Existem tumores que podem crescer mais rapidamente e ser mais agressivos, espalhando-se pelo corpo; existem outros, ainda, que podem crescer lentamente.
Segundo a professora Silvana Santos, “o tipo mais comum de câncer de próstata é o adenocarcinoma, que tem origem nas glândulas produtoras de sêmen”.
Sinais e sintomas do câncer de próstata
Em fase inicial, a doença é silenciosa e, por isso, as avaliações e os exames de rotina são tão importantes para a detecção precoce, tendo em vista que muitos homens não apresentam sintomas.
Segundo a professora Silvana Santos, estes são alguns dos sintomas do câncer de próstata:
• Não conseguir um volume de urina adequado, ou seja, pacientes que urinam de pouquinho em pouquinho. Nesse caso, a necessidade de urinar aumenta, principalmente durante a noite.
• Dificuldade de urinar, que pode estar relacionada a uma obstrução.
• Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
• Redução da força do jato urinário.
• Demora para iniciar o ato de urinar.
• Dores ou ardência ao urinar.
• Presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
• Ejaculação dolorosa.
Ainda de acordo com a professora Silvana Santos, esses não são sintomas específicos do câncer, então, estar com esses sintomas não quer dizer, necessariamente, que a pessoa está com câncer de próstata. Tais sintomas podem estar relacionados a outras patologias.
Por isso, a consulta médica é indispensável para a investigação, caso apareçam um ou mais desses sintomas.
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Fatores de risco e prevenção do câncer de próstata
Segundo a professora Silvana Santos, alguns fatores podem aumentar o risco do aparecimento do câncer de próstata. São eles:
• Idade avançada: este é um fator de risco considerável, já que, após os 50 anos, a incidência e a mortalidade aumentam.
• Histórico familiar/hereditariedade: algumas mutações no material genético são herdadas de pais para filhos, o que significa que esses filhos podem ter um risco maior.
• Excesso de ingestão de gordura, principalmente gordura animal.
• Obesidade: por conta do estado hiperinflamatório, as células sofrem deteriorações; nesse caso, o material genético pode sofrer alterações que favorecem o aparecimento do câncer.
• Exposição frequente a aminas aromáticas, arsênio, produtos de petróleo, motor de escape de veículo, entre outras substâncias.
“O câncer de próstata é mais essencialmente ligado à questão da idade, fator de risco mais importante. Então, o principal motivo pelo qual o câncer de próstata acontece é o envelhecimento da própria próstata. [Além disso] é muito comum, em homens mais velhos, haver o que a gente chama de hiperplasia benigna da próstata: é como se a próstata fosse uma fábrica, e essa fábrica se tornasse menos produtiva, e, para que ela se torne mais produtiva, precisamos de mais máquinas ou mais trabalhadores”, comenta a professora Silvana Santos.
A prevenção do câncer de próstata pode ser feita com a adoção de hábitos mais saudáveis que controlem os fatores de risco:
• Em relação ao fator hereditário, trabalhar o rastreamento e a detecção precoce, uma prevenção secundária.
• Alimentação balanceada, com a ingestão de todos os grupos de alimentos, e, ainda, evitando as gorduras ruins.
• Realizar atividade física regular por, pelo menos, 30 minutos por dia.
• Diminuir o consumo de álcool.
• Não fumar.
Contudo, apesar de esses hábitos poderem diminuir a chance de aparecimento de câncer de próstata, não vão impedir que uma pessoa desenvolva a doença.
Diagnóstico e tratamento do câncer de próstata
O diagnóstico dessa doença pode ser realizado com dois exames: a dosagem PSA, que é o exame de sangue que verifica a presença ou a ausência de antígenos prostáticos, e o exame de toque retal.
“O câncer de próstata tem grandes chances de cura, especialmente quando diagnosticado em estágios iniciais. Para cada paciente serão pensados os diferentes tratamentos disponíveis, os benefícios, os riscos e os efeitos colaterais. O médico cirurgião vai estar com o paciente para tomar as melhores decisões”, aponta a professora Silvana.
Assim que diagnosticada a doença, o tratamento pode ser feito de diferentes formas, de acordo com cada caso, por meio de: prostatectomia (convencional, videolaparoscópica ou robótica), ressecção cirúrgica (transuretral), radioterapia, braquiterapia, focal one HIFU, entre outras.
“Tudo isso depende do momento em que se detectou a doença: se é uma fase inicial, localmente avançada ou metastática”, aponta a professora Silvana Santos.
A escolha do tratamento mais adequado é realizada individualmente, por um profissional de medicina especializado, em conversa com o paciente.
A importância do enfermeiro para o tratamento do câncer de próstata
De acordo com a professora Silvana Santos, quando falamos do enfermeiro, e do enfermeiro oncológico em particular, não só com relação ao câncer de próstata, mas com relação a todo e qualquer tipo de câncer, temos que pensar que o enfermeiro tem algumas características muito importantes, que o diferem de outros profissionais:
• Trata-se do profissional que vai estar em todos os cenários que o paciente vai percorrer: na internação, no ambulatório, no setor de imagem, no laboratório, na unidade básica de saúde, ou seja, em vários cenários diferentes.
• Uma das habilidades do enfermeiro é educar, para poder sensibilizar o paciente para a prevenção primária e secundária, orientar com relação aos tratamentos, ajudar na adesão aos tratamentos, oferecer conforto, acolher e esclarecer a família, entre outras ações.
• O enfermeiro exerce um papel assistencial durante o processo de tratamento.
• Papel de gerenciador de cuidado e de locais: eventualmente, o enfermeiro vai gerenciar equipes nas internações cirúrgicas.
Então, o enfermeiro exerce muitas habilidades, tendo um papel essencial no tratamento de qualquer doença. Então, quando falamos de câncer, uma doença complexa e crônica, a enfermagem vai aparecer como protagonista, por conta de sua presença em todas as etapas do diagnóstico e do tratamento.
Ainda temos o enfermeiro oncológico, que faz a navegação do paciente, isto é, o acompanhamento do diagnóstico até o momento da alta, o que implica um link de todos os departamentos e equipes.
O enfermeiro oncológico é especializado em tratar e acompanhar os mais variados tipos de câncer, como os linfomas e o câncer de mama, como já mencionado.
Vale lembrar que este é apenas um conteúdo de informação e de conscientização, que, portanto, não substitui a consulta com médicos especialistas em urologia e oncologia.